20 de dezembro de 2016

O futuro do Fluminense

Eleições encerradas, é hora de falarmos de futuro e o futuro passa necessariamente e obrigatoriamente pela forma como se faz futebol, tanto na base quanto no profissional.

Comecemos pela base que como próprio nome diz, é o alicerce de tudo. Pegando por exemplo a competição mais recente que disputamos, a Copa RS de Futebol.

Observamos por lá o que temos observado ao longo dos últimos anos na nossa divisão de base: alguns bons talentos individuais e a total falta de conjunto e identidade. É a tal da filosofia de jogo que não existe.

Nas fases decisivas vimos um Time sub-20 jogando praticamente em um 4-6-0 sem a bola. E um 4-4-2 com a bola com 2 atacantes abertos e sem centroavante. Jogando fechado, apostando no contra-ataque com bastante ligação direta.

A pergunta que fica é: as demais categorias do clube jogam assim? O time profissional joga assim? Essa falta de identidade não traz benefício nenhum para o time profissional na chegada desse jovem, nem para a própria formação do jogador.

Após o time levar um gol, o que acontece? O treinador mexe 5 vezes no time, no desespero pra tentar o empate. Falta formação até para esses treinadores do Junior muitas vezes...

O foco está errado! Títulos na base são bons? São ótimos! Ganhar é sempre bom, mas não deve ser a principal importância da categoria.

A base deve servir para formar homens( não esqueçamos disso!) e a partir disso, revelar possíveis talentos para que abasteçam o time profissional e possam trazer todo retorno do investimento realizado, além do retorno técnico e lucro que o clube tanto necessita.

E como fazemos isso? Criando uma identidade própria. Uma filosofia de jogo. O modelo Fluminense de se jogar futebol. Desde as primeiras categorias até o profissional.

Uma identidade que a torcida saiba sempre que o Fluminense está jogando, ainda que estivesse sem seu uniforme.

É inegável que não se pense no Barcelona nesse momento. Um estilo de jogo claro , com toque de bola e posse da mesma.

Mas não é o único! Temos diversas outras maneiras de se praticar futebol. O "X" da questão é definir esse modelo e implementá-lo! É difícil? É!
Leva tempo? Leva!
Mas compensa? Muito!

Na vida nada que tenha valor costuma ser alcançado de modo simples e rápido. Mas enquanto esse trabalho não iniciar, ficaremos reféns de projetos de craques, que aparecem em função do talento individual com um lapso de tempo entre eles e que logo são negociados,sem criar uma identidade com o clube e sem trazer o retorno técnico que o clube tanto necessita.

Porque só podemos revelar um único grande jogador, na média com um lapso de no mínimo 2-3 anos, ao invés de revelarmos uma equipe ? Ou pelo menos a base dessa equipe? Ou ainda diminuirmos esse hiato entre as grandes revelações?

Não basta subir para o profissional. Não basta ser vendido. Não basta participar do elenco. O jogador tem que subir quando estiver pronto pra subir, e pronto significa : pronto para ajudar efetivamente ! Pronto para trazer um ganho técnico dentro de campo. E com isso aumentar consequentemente seu valor de mercado e trazer ganhos com uma possível negociação.

Essa é a maneira que vamos conseguir disputar de igual para igual nesse mercado cada vez mais desproporcional com relação à orçamentos. O Fluminense precisa criar essa identidade. Precisa criar a chamada filosofia de jogo tricolor.
Com isso, além de aperfeiçoar a formação do jovem talento, a chance de voltarmos a ganhar os grandes títulos da divisão rotineiramente, é diretamente proporcional.

Nos próximos dias postarei minha análise sobre o futebol profissional.
ST

Marcelo Souto
Sócio Contribuinte e membro do Esperança Tricolor

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