5 de setembro de 2016

A situação e suas idiossincrasias

Ato 1. Faz algum tempo houve um show no Maracanã de uma famosa banda. Nessa época o Flu acabava de assinar seu contrato de 35 anos de uso do estádio e com isso ganhava o direito a um camarote. Uma selfie é postada nas redes sociais. Nessa selfie posam sorridentes pessoas ligadas a atual gestão. Até aí nada demais. Show, selfie, Maracanã, pessoas felizes. Só que essa alegria ocorria dentro do camarote destinado ao clube. Qual o erro? Aquele espaço foi destinado ao clube e não a gestão e seus amigos. O clube poderia ter feito um sorteio entre associados, torcedores ou até mesmo convidado autoridades do esporte ou ídolos do clube. A finalidade daquele palco vip não é oferecer conforto a amigos.

Ato 2. Fluminense x Figueirense. Flu recebe em seu camarote o governador do Rio de Janeiro. Fotos são tiradas e na mais emblemática vemos o candidato da Flusócio com pessoas que possivelmente serão seus diretores, posando junto ao governador e ao nosso atual presidente. E essa foto é postada nas redes oficiais do clube. Campanha? Propaganda oficial? Uso da máquina? Cada um tire suas conclusões.

Ato 3. 2014/2015. Reunião do Conselho Deliberativo para discutir orçamento. Reunião cercada de tensões e debates nas redes sociais.  Galeria cheia. Conselho lotado. Lista imensa de conselheiros, quase todos de Oposição, para discursar. O que se esperava? Silêncio. Atenção. Respeito às opiniões. O que vimos? O Presidente como uma prima donna circulando pelos salões e batendo papo. Rindo, falando alto. Seus VPs idem. Os conselheiros da situação rindo, dormindo, ignorando os oradores.  A mesa no twitter, tirando fotos, distribuindo risadas. Respeito? Pra que? Quem está falando não é do seu grupo.

Esse é o perfil da atual gestão. Se acham donos do clube. Acreditam fielmente como membros de uma seita, que são os Salvadores (com maiúscula). Melhor. Acreditam que criaram um novo Fluminense, que mataram aquele clube pioneiro fundado em 1902 e que em 2011 inventaram algo melhor.

O que eles querem? Um clube afastado de seus sócios e torcedores, que sirva aos prazeres dos seus e aonde democracia signifique seguir tudo que um pequeno grupo, alguns da famosa selfie do show, decida. Um clube sem Conselho, cheio de vaquinhas de presépio que se dediquem a aplaudir e aprovar qualquer idéia que seus líderes, os "Iluminados", os "Escolhidos", decidam que é boa. Pessoas que não tenham senso crítico, não tenham opinião e que funcionem como robôs executando o que lhes é ordenado.

Ato 4. Gol do Magno Alves. Símbolo dessa gestão. Precisamos de um jogador de mais de 40 anos para ganhar em casa do Figueirense, um dos piores times desse campeonato. Algo está mal. Vibramos com a vitória porque somos torcedores daquele Fluminense de 1902-2010. O Fluminense histórico, fidalgo, que tinha dentre seus diretores pessoas que contribuíam ao clube. Pessoas que ajudavam a construir estádio, doavam avião para guerra, compravam uniformes. Pessoas que geriam o clube por amor e não o consideravam propriedade do seu grupo. Pessoas que não usavam o camarote do clube para seu deleite pessoal e nem se julgavam acima do bem e do mal, Deuses tricolores.

Que cheguem logo os 46 pontos. E que com eles venha novembro. Nosso Fluminense não aguenta mais 3 anos dessa gente. Torcemos pra um clube eterno. E assim ele deve seguir. Resgatemos as tradições, tenhamos no clube pessoas humildes, sinceras, retas, capazes de discordar, debater, discutir idéias e das discordâncias evoluir, que entendam que o Flu está acima das vaidades, egos e interesses pessoais. Por um clube com menos selfies e mais trabalho. Não temos patrocinador master e caminham para o rompimento com o fornecedor de material esportivo. Enquanto isso, selfies...

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